“A filigrana é a nossa grande paixão”
Numa vila em que a arte da filigrana se confunde com a sua própria existência, Inês Barbosa construiu a sua história por entre as memórias da oficina do pai. Hoje, as filhas acompanham o legado de uma marca que floresceu no Minho e que se projeta para o mundo. A filigrana, o design, a tradição e as novas gerações fazem parte do “cunho pessoal” que Inês Barbosa introduz em todas as suas criações.
Como se caracterizam as coleções da Inês Barbosa?
As peças tradicionais são o grande palco das coleções de Inês Barbosa. Os temas centram-se muito na natureza, nas questões religiosas, os simbolismos. Nas coleções mais recentes têm sido introduzidas pedras preciosas, mas “nunca fazemos a coleção em volta do uso de pedras. Fazemos sempre a coleção em volta da filigrana e depois introduzimos o apontamento de pedras. Sabemos, pelo contacto com os nossos clientes, que o consumidor final entra numa loja para comprar uma peça em filigrana com um desenho mais arrojado, pergunta o preço, mas no ato da compra as pessoas vão quase sempre para aquilo que é mais tradicional. A filigrana é a nossa grande paixão”, enfatiza Inês Barbosa.
“Quando eu trabalhava na empresa do meu pai, quis criar a minha própria empresa e criar o meu próprio cunho. O meu próprio cunho é precisamente isso, é olhar para as peças e saber que ali há qualquer coisa de diferente. Com harmonia e com a minha visão, com a minha maneira de ver as peças no final”
Inês Barbosa
Do papel para a oficina, por onde passam as ideias criativas?
O lado ligado às novas criações de Inês Barbosa passa pelas mãos de Rita Barbosa. A junção da “irreverência” de Rita com a “experiência” da mãe Inês, é “importante para perceber o caminho a seguir”. Para Rita, “já são mais de 30 anos a fazer coleções e a passarem joias pelos olhos. Eu trago ideias novas, mas ela traz o saber, o olho clínico. Existe aqui uma junção muito interessante do saber fazer com o desenho, as ideias e o sangue novo”.