Quatro investigadores em Portugal eleitos membros da EMBO

Quatro investigadores em Portugal eleitos membros da EMBO

A Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO), que celebra este ano o seu 60.º aniversário, anunciou  que concedeu a honra vitalícia de Membro da EMBO a quatro investigadores em Portugal, em reconhecimento da excelência da sua investigação científica e dos seus contributos notáveis no domínio das ciências da vida.

A EMBO reconhece a importância das contribuições científicas destes ivestigadores e o impacto do seu trabalho no mundo. Os novos membros têm como principais missões apoiar outros investigadores em todas as fases das suas carreiras, estimular a troca de conhecimento científico e ajudar construir um ambiente de investigação onde os cientistas possam alcançar os melhores
resultados do seu trabalho.

Megan Carey, da Fundação Champalimaud, expressa alegria pela eleição: “Estou muito feliz por ter sido eleita membro da EMBO, uma organização que admiro há muitos anos pelo seu importante trabalho de promoção das ciências da vida – e dos cientistas – em toda a Europa. Fico sinceramente grata aos atuais membros por terem apoiado a minha candidatura e sinto-me honrada por ter a oportunidade de me juntar a eles. Aguardo com expetativa a oportunidade de contribuir para a missão da EMBO de construir comunidades de investigação fortes”.

Também Mónica Sousa, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, sente-se feliz e honrada por ter sido eleita membro da EMBO: “É uma grande honra fazer parte da EMBO. Sinto-me muito feliz por fazer parte de um grupo de cientistas excecionais, alguns dos quais inspiraram e orientaram a minha carreira e o trabalho do meu grupo de investigação. Agradeço a forma como complementaram as nossas competências conceptuais e metodológicas, pelo reconhecimento da relevância do nosso trabalho e pelo encorajamento e reconhecimento recebidos. Agora, espero honrar este exemplo apoiando a carreira dos meus colegas mais jovens”

Ricardo Henriques, líder do grupo de investigação em microscopia de super-resolução no Instituto Gulbenkian de Ciência, sublinha a importância deste reconhecimento: “Ser eleito membro da EMBO é uma honra tremenda e um testemunho do trabalho árduo, dedicação e espírito inovador de toda a minha equipa de investigação. A EMBO é reconhecida por promover a excelência nas ciências da vida e este reconhecimento valida as nossas conquistas passadas, motivando-nos a continuar. Este reconhecimento valida as nossas realizações passadas e motiva-nos a continuar a alargar os limites da tecnologia de imagiologia e da investigação biológica. Como membro da EMBO, terei a oportunidade de colaborar com algumas das mentes mais brilhantes da biologia molecular e contribuir para moldar a futura direção da investigação em ciências da vida na Europa e não só. Este reconhecimento do nosso trabalho na intersecção da física, da biologia e da tecnologia também realça o poder da combinação de conhecimentos de diversos domínios para enfrentar desafios científicos complexos. Estou profundamente grato por esta honra e aguardo com expetativa a oportunidade de colaborar ativamente com a comunidade EMBO para fazer avançar a nossa missão comum de resolver os mistérios da vida”.

Rui Oliveira, investigador em biologia comportamental e neurociências no Instituto Gulbenkian de Ciência e Professor no Ispa – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, destacou a importância dos estudos comportamentais na biologia moderna: “É uma honra tornar-me membro da EMBO e fazer parte de uma comunidade vibrante que está na vanguarda do desenvolvimento das Ciências da Vida na Europa. Mais do que um reconhecimento ao meu trabalho, vejo esta eleição como uma valorização geral do papel dos estudos comportamentais na biologia moderna. O comportamento é um fenótipo muito peculiar. É efémero e não existe tecido biológico para o medir diretamente. Com a descoberta de que os disparos neuronais são
acompanhados por alterações na expressão genética do cérebro, fomos capazes de ligar genes, cérebro e comportamento. Agora, os avanços na transcriptómica espacial e unicelular permitirão estabelecer relações gene-comportamento em redes neuronais específicas com resolução celular. Chegou o momento de estudar melhor a causalidade entre o genótipo e os fenótipos no comportamento e vejo a minha eleição para a EMBO como um reconhecimento coletivo das descobertas recentes neste domínio”.

A EMBO é uma organização internacional de mais de 2000 cientistas na Europa e em todo o mundo, empenhada em criar um ambiente de investigação na Europa onde os cientistas possam realizar o seu melhor trabalho. Para além destes investigadores, foram eleitos este ano 96 outros membros da EMBO e 20 membros associados.

Share this post