E-commerce: é bom para a Europa?
“A Covid-19 representa um antes e um depois para o e-commerce. Se, antes da pandemia, se começava a verificar uma certa desaceleração nas vendas do canal online, na maioria dos países da Europa, agora, tudo indica que o mais provável é um crescimento sustentado e constante desta atividade”. Esta é a conclusão de María Miralles, partner da área de Retail & Consumer Goods, da consultora Oliver Wyman.
A consultora mostra que em 2019, o comércio eletrónico atingiu 11% do total das vendas a retalho nos oito países europeus que estudámos para este relatório (França, Alemanha, Itália, Holanda, Polónia, Espanha, Suécia e Reino Unido). As indicações iniciais são que o comércio eletrónico cresceu 31% de 2019 a 2020, após um crescimento de 12% de 2018 a 2019.
Impacto económico
Globalmente, o retalho está a ganhar empregos em termos líquidos, e o comércio eletrónico está a contribuir. Em 2019 havia menos pontos de venda a retalho do que em 2005, mas a superfície total das lojas manteve-se estável, à medida que as lojas cresceram. As cidades que são ricas ou em crescimento tendem a aumentar o seu número de postos de trabalho e de pontos de venda a retalho.
A quota do comércio eletrónico nas vendas a retalho é maior nos países onde o retalho é mais organizado, uma vez que os retalhistas organizados estabelecidos avançaram mais rapidamente para a venda a retalho omnicanal.
Impacto ambiental
O estudo conclui que o “impacto ambiental do comércio eletrónico parece ser positivo. As compras offline resultam entre 1,5 e 2,9 vezes mais emissões de gases com efeito de estufa do que as compras online”.
O estudo elaborado pela consultora Oliver Wyman, nota ainda que embora o “comércio eletrónico precise de carrinhas de entrega para circular, estas reduzem o tráfego automóvel entre quatro e nove vezes a quantidade que geram”, concluindo que “o uso do solo para o comércio eletrónico é inferior ao do retalho físico, quando se incluem a logística, o espaço de venda e o lugar de estacionamento relacionado”.
