Cientistas comprovam eficácia de técnicas ópticas no diagnóstico precoce de cancro

Cientistas comprovam eficácia de técnicas ópticas no diagnóstico precoce de cancro

O estudo, designado “VIBSonCANCER – Diagnóstico de Cancro a Nível Molecular por Espectroscopia Vibracional”, é liderado por Luís Batista de Carvalho e Maria Paula Marques, da Unidade de I&D “Química-Física Molecular” da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). 

Enquanto atualmente só é possível avaliar a um nível morfológico, a técnica proposta pela equipa da FCTUC permite ver e analisar «alterações de composição química, por exemplo, de proteínas ou de lípidos. Trata-se de uma técnica que já entrou na clínica de alguns hospitais em países como os Países Baixos, a Inglaterra e o Canadá, em estudos piloto», esclarece a docente da FCTUC.

«As nossas técnicas não substituem as atuais, nem o pretendem fazer. O que nós queremos é fornecer informação que não é possível obter por outros métodos. Com as técnicas espectroscópicas nós analisamos a composição química, ou seja, utilizamos na mesma um microscópio ótico, mas também outro tipo de equipamento que permite visualizar, mais do que a morfologia, a composição química. Ora, quando há alterações celulares, esta composição química varia primeiro do que a forma, por isso, facilita o diagnóstico precoce», afirma Maria Paula Marques.

De uma forma geral, o projeto focou-se no desenvolvimento de métodos óticos de diagnóstico que podem usar radiação de laser ou de infravermelho (as chamadas espectroscopias de Raman e de infravermelho), com o objetivo de auxiliar os médicos na deteção precoce de cancro e avaliação de margens cirúrgicas. 

Financiado pelo Programa Operacional do Centro, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER, com 240 mil euros, o projeto tem a colaboração dos polos de Coimbra (IPO Coimbra) e do Porto (IPO Porto) do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil.

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