Commodities: agora mais caras pode levar a aumento de preços

Commodities: agora mais caras pode levar a aumento de preços

Alimentos básicos, como o trigo, o milho e a soja, tornaram-se muito mais caros, o que potencia um aumento de preços em muitos outros produtos.

Para a Bloomberg, o preço dos mais importantes produtos agrícolas atingiu o valor mais elevado em quase nove anos, pelo que os supermercados deverão acompanhar a tendência.

Citada pela publicação online “Grande Consumo”, o artigo mostra que o aumento dos preços se deve, sobretudo, à elevada procura da China. No último ano, o preço do milho duplicou, enquanto os da soja e o do milho subiram, respetivamente, 80% e 30%, respetivamente.

O canal de economia e mercados financeiros Bloomberg alega que a subida do preço das commodities poderá ter impacto em vários negócios e no rendimento dos consumidores, numa altura em que se procura potenciar a recuperação económica, após a crise causada pela pandemia de Covid-19. Abdolreza Abbasian, economista na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) antecipa que os preços cresçam ainda mais e que os próximos tempos serão difíceis.

A consultora OC&C Strategy Consultants indica que, na Europa, existe normalmente um atraso de seis meses entre a subida do preço das commodities e o seu reflexo nos preços ao consumidor. Os fabricantes e os retalhistas usam, de um modo geral, várias técnicas para mitigar este impacto, como o desfasamento das promoções ou a redução do tamanho das embalagens, mantendo os preços inalterados.

A Bloomberg dá como exemplo deste aumento de preços nos alimentos, entre outros, o encarecimento das tortilhas no México. No Brasil, a carne tornou-se também mais cara e nos Estados Unidos da América o preço do bacon começou a subir.

Os ingredientes-chave de uma chávena de café subiram em flecha. Os futuros cafés arábica subiram cerca de 33% no último ano, enquanto o açúcar bruto também aumentou. Os preços do trigo de referência atingiram os valores mais altos desde 2013.

A subida das mercadorias não aparece imediatamente nas prateleiras das mercearias e nos menus dos cafés. Constituem apenas uma parte dos custos para os retalhistas, que muitas vezes absorvem o aumento inicial para manter os clientes de volta. Mas há um limite para essa margem atingida, e os preços elevados podem acabar por se repercutir nos consumidores.

A situação já levou a intervenções estatais, como na Rússia, um dos maiores exportadores mundiais de cereais, onde os preços no retalho de vários produtos foram congelados e tomadas medidas para limitar as exportações, e na Bolívia, onde as exportações de carne bovina foram temporariamente proibidas, de modo a assegurar o consumo doméstico e controlar a subida dos preços.

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