Realidade vs perceção: portugueses não passam no teste

Realidade vs perceção: portugueses não passam no teste

O estudo “Covid-19: Perceções vs Realidade”, realizado durante o mês de março pela Ipsos APEME e o Prémio Cinco Estrelas, avaliou as certezas e as dúvidas dos portugueses sobre um leque variado de temas, como as questões demográficas, socioeconómicas, ambientais, o consumo, assim como, questões relativas à pandemia.

Quando o tema era o ambiente, os inquiridos afirmaram que tem existido um aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2), contudo, de acordo com os dados apresentados estas têm vindo a decrescer. Entre 2009 e 2018, registou-se uma diminuição de cerca de sete milhões e 626 mil toneladas de CO2. 2020 complementou esta perspetiva, com o melhor ano em vendas de automóveis elétricos, algo que os portugueses demonstraram ter conhecimento; foram matriculados 7830 ligeiros de passageiros, quase mais 14% do que em 2019. Em termos de reciclagem, a resposta da maioria dos portugueses e os dados coincidiram mais uma vez. A reciclagem aumentou 13% em 2020, face ao ano anterior.

Demografia

O estudo da Ipsos Apeme identificou uma diferença substancial entre a perceção e a realidade, no que respeita à taxa de desemprego e aos números de divórcios em Portugal. De facto, a taxa de desemprego em Portugal não está tão alta quanto os indivíduos pensam (real de 6,8% versus estimativa declarada de 17%) e a percentagem de divórcios não é tão baixa quanto os entrevistados creem (real de 61,4% versus estimativa declarada de 36%).

Nos nascimentos, a incerteza imperou. Quase metade dos inquiridos (48%) acredita que o número de nascimentos aumentou ou manteve-se igual, contra os 45% que acredita que a taxa de natalidade diminuiu, apesar de a realidade mostrar menos 1908 nascimentos em 2020 face a 2019.

Digital

O maior movimento de compras online possivelmente influenciou a maior parte dos inquiridos, com uma parte significativa a sobrestimar o aumento do volume de compras online – aumento real de 37% – face ao aumento estimado de 59%.

Os entrevistados declararam que os produtos e serviços mais comprados online foram as compras de supermercado (37%), as refeições take-away e entrega ao domicílio (30%), quando na realidade, segundo dados do INE, a roupa, calçado e acessórios foram os produtos e serviços mais encomendados, mostrando assim uma perceção desfasada da realidade no tipo de compras online.

Por fim, os promotores do estudo indicam que os entrevistados têm um maior conhecimento de temas relacionados com a pandemia, ficando próximos dos dados reais, como o número populacional do país e o valor do ordenado mínimo nacional.

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