“Qualquer instituição que não se renova corre o risco de cristalizar”

“Qualquer instituição que não se renova corre o risco de cristalizar”

O que podemos esperar da OMD para os próximos tempos?

Estou muito otimista em relação ao que aí vem. Há uma maioria absoluta na Assembleia de República e esta estabilidade política, espero, permitirá concretizar as promessas e as reformas na área da saúde oral que constavam do programa eleitoral do PS. Não esqueço, por exemplo, que, durante o roteiro “Medicina Dentária no SNS” que fiz em outubro, a atual ministra da Saúde prometeu avançar com a carreira do médico dentista no SNS. Sabemos ainda que há fundos que permitem reforçar as políticas de saúde oral. Foi-me dito que, no Plano de Recuperação e Resiliência, entravam mais oito milhões de euros para a saúde oral, o que é manifestamente pouco.

Nós tentámos também contribuir, durante este ano e meio, com algumas ideias concretas, nomeadamente com a proposta de destinar 30% do imposto sobre bebidas açucaradas à saúde oral. Temos ainda a pretensão de elaborar o Livro Branco para a Medicina Dentária em Portugal, cujo grupo de trabalho foi recentemente constituído e será dirigido pelo Dr. Fernando Guerra. Trata-se de uma ferramenta que permitirá traçar cenários e espelhar as nossas ambições para o futuro da profissão.

Estamos também a trabalhar outros dois dossiês muito importantes: a comissão pericial da OMD, que inclui a criação de uma bolsa de médicos dentistas com competências específicas na área da justiça forense (o regulamento da bolsa existe desde 2015, mas, até à data, não se tinha dado um único passo no sentido de fazer avançar este processo); e o enquadramento do estatuto de diretor clínico, para que este cargo, de grande responsabilidade, não seja ocupado por uma pessoa sem experiência ou maturidade… É um processo moroso, porque envolve várias ordens profissionais, mas gostaríamos de deixar esta marca na OMD.

Por fim, temos a intenção de criar uma delegação da OMD na região centro e a Casa do Médico Dentista (não sei se ainda será possível concretizar este projeto durante o presente mandato), à imagem do que acontece na Ordem dos Médicos, com condições para que os colegas se sintam em casa e vejam a OMD como a sua família. Mais do que pelo discurso, a união da classe alcança-se pelos atos concretos e pelas dinâmicas que formos capazes de criar.

Leia a entrevista completa na revista DentalPro 165.

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