Setor da ourivesaria com impacto “extremamente grave”
Na semana em que reabriram as contrastarias da INCM – única entidade certificadora e cujo encerramento bloqueou o setor, a AORP – Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal apresenta os resultados de um segundo inquérito de monitorização do impacto do contexto Covid-19 na ourivesaria portuguesa. Neste inquérito, 93% das empresas afirmam ter a sua atividade afetada de forma extremamente grave, ou seja, com uma redução superior a 50%.
De salientar que o setor se encontra regulado pelo RJOC – Regime Jurídico da Ourivesaria e das Contrastarias – que obriga à certificação das peças de joalharia, salvo pequenas isenções. O serviço esteve suspenso de 16 de março a 3 de maio, bloqueando quase por completo o setor, já afetado pela natural retração de consumo, encerramento do retalho e redução de recursos humanos, devido às recomendações de contenção de propagação do vírus.
Nuno Marinho, presidente da AORP, defende que “a suspensão da atividade das contrastarias bloqueou qualquer tentativa de reação e recuperação do setor neste período, impedindo por exemplo, a comercialização via comércio eletrónico. Consideramos que é o momento de repensar o atual modelo de certificação, abrindo, por exemplo, a possibilidade de certificação por entidades privadas, devidamente credenciadas, terminando com o regime de monopólio. Em vários países europeus, como Espanha, o sistema de certificação com opção de serviço público e privado é bastante eficiente”.
Este é o segundo estudo desenvolvido pela AORP no sentido de aferir o impacto efetivo e previsto nas empresas do setor da ourivesaria e relojoaria, ao qual respondeu uma amostra de 78 empresas, em que 48,7% correspondem a indústria, 32,1% a comércio a retalho, 11,5% comércio por grosso e 7,7% a outras atividades conexas.
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