“A formação em oftalmologia em Portugal é equiparada às melhores do mundo”

Quem o diz é Nuno Lopes, oftalmologista no Hospital de Braga, CUF Porto e Trofa Saúde Braga. Em entrevista à OftalPro o oftalmologista abordou as técnicas e tecnologias que estão a ser usadas na cirurgia de glaucoma, à qual se dedica.

Neste momento dedica-se à área de glaucoma e mais especificamente às questões da cirurgia de glaucoma. Em Portugal como tem sido a evolução nesta área? É diferente comparativamente a outros países? De que forma?

A formação específica em oftalmologia em Portugal é equiparada às melhores do mundo e, na minha opinião, destaca-se especialmente na oportunidade que temos de obter formação e diferenciação cirúrgica precoce, ainda enquanto internos. Não obstante, neste contexto, dependemos da velocidade de adoção em Portugal de novas técnicas e das oportunidades por parte dos nossos tutores.

Quando terminei o meu internato em 2010, ainda era difícil ter formação nacional em algumas técnicas cirúrgicas de glaucoma, razão pela qual fui à Suíça aprender técnicas menos invasivas como a cirurgia não penetrante. À medida que fui consolidando a minha aprendizagem, em conjunto com os meus colegas, procurei sempre retribuir e fazer chegar aos mais novos a possibilidade de formação prática, a divulgação de resultados e a aquisição de experiência cirúrgica que senti dificuldade em obter inicialmente.

Uma das iniciativas que mais adesão teve até hoje foi um curso de verão Glaucoma Summer Camp, organizado por duas ocasiões em Braga. Neste curso, os oftalmologistas mais jovens têm a possibilidade de complementar a sua formação. É um curso dinâmico, de proximidade e incentivo à troca de ideias e contacto com colegas mais experientes, que constituem uma referência na área do glaucoma, a nível nacional e internacional. Realizamos sessões teóricas de atualização e discussão, Wet-Labs com ensino das técnicas cirúrgicas mais recentes e, pela primeira vez em Portugal, efetuou-se cirurgia 3D de glaucoma ao vivo. Considero que atualmente já não é fundamental ir para o estrangeiro para obter uma diferenciação cirúrgica de qualidade.

Recorde esta entrevista na OftalPro 58.